quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Laboratório hacker na Câmara dos Deputados

Revista Galileu

Nesta semana, a Câmara dos Deputados coloca em prática uma resolução do ano passado que criou um laboratório hacker dentro da casa. A ideia é diminuir a distancia entre as atividades legislativas e o debate sobre novas tecnologias.



A inauguração oficial ocorre nos dias 18 e 19 de fevereiro. “É a materialização de uma vontade — da Câmara e nossa — de continuar explorando essa fronteira entre políticas/políticos e sociedade”, Assina o hacker Pedro Markun, envolvido com a iniciativa.

Segundo ele, no “clima pesado e tenso” em que se encontra a relação das pessoas com a política institucional, o laboratório se firma como uma possibilidade de diálogo que, espera o hacker, pode sobreviver à Copa e às eleições fazendo o “trabalho de formiguinha” de transformar a cultura política.

A criação do LabHacker é resultado de um Hackathon, realizado em 2013 na Câmara dos Deputados.  O objetivo é que ele funcione como um laboratório aberto onde qualquer um possa levar e desenvolver seus projetos ligados à tecnologia e à política.

O evento de abertura desta quarta-feira, 19, vai incluir a inauguração do espaço pelo presidente da Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves, e uma série de palestras. Privacidade na web, como usar o conhecimento das redes sociais no processo legislativo, os escândalos de espionagem da NSA e jornalismo de dados são alguns dos temas.

Choque cultural

O cotidiano hacker não está muito próximo ao vivido pelos parlamentares. “Hoje, vim de saia, fui barrado rapidamente para esclarecimentos na portaria”, conta Markun. “Depois de alguma conversa e de apontar que nada no regimento interno me impedia de andar por aqui de saia — resolveram deixar.”


O hacker diz que é um “exemplo bobo”, mas representativo do ponto de vista do enfrentamento cultural que está pela frente. Afinal, a rotina de um hackerspace, com madrugadas produtivas regadas a pizza, é incompatível com o funcionamento regular da Câmara. “Acho que essa oxigenada na forma de fazer e pensar o espaço da política no Brasil é talvez o grande ganho desse espaço.”




Balchant

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